Jogadores têm maior probabilidade de se tornarem obesos
De facto, até poderá ser uma simples suposição de que os jogadores são mais propensos à obesidade, dado que o jogo requer uma quantidade mínima de atividade física. No entanto, têm surgido vários estudos que investigam essas mesmas ligações entre o jogo e a obesidade, proporcionando uma compreensão mais profunda da associação entre os dois. Alguns estudos examinam especificamente as ligações entre obesidade e vício em jogos de azar. Eis as conclusões retiradas:
Estudados os hábitos dos jogadores
Um grupo de profissionais, sediados no Iowa, Estados Unidos da América, publicou um estudo sobre jogo patológico em 2012. Intitulado “Jogo patológico: relação com obesidade, condições médicas crónicas autorreferidas, escolhas de estilo de vida inadequadas e qualidade de vida prejudicada”, o projeto teve como objetivo avaliar a saúde física e médica, associado ao vício em jogos de azar ou apostas desportivas.
Para estas conclusões, foram entrevistados 186 candidatos sobre a sua saúde e qualidade de vida, sendo 95 jogadores patológicos e 91 sem problemas de jogo. Ora, os resultados demostraram que os jogadores problemáticos tinham mais problemas médicos e eram mais propensos a evitarem fazer exercício regularmente. Além disso, fumavam mais de um maço de cigarros por dia, bebiam mais cafeína e assistiam a mais de 20 horas de TV por semana. Talvez a descoberta mais significativa tenha sido que os jogadores problemáticos tinham um IMC mais elevado e eram mais propensos a serem obesos.
Impulsividade pode ligar jogos problemáticos e obesidade
Somando às conclusões anteriores, o estudo intitulado “Obesidade e jogos de azar: associações neurocognitivas e clínicas”, que foi publicado em 2014, por JE Grant, K Derbyshire, E Leppink, SR Chamberlain, também chega a avaliações marcantes. Por exemplo, essa pesquisa encontrou associações entre jogos de azar e obesidade. Para tal, a equipa testou 207 jogadores com idades entre 18 e 29 anos para avaliar os comportamentos de jogo.
Note que os resultados revelaram que os jogadores obesos apresentavam deficiências significativas relacionadas com o ajuste ao risco e a qualidade da tomada de decisão. Além disso, os jogadores obesos também apresentaram dificuldades de concentração sustentada. Os mesmos relataram uma maior perda monetária, devido ao jogo em comparação com jogadores com IMC de “peso normal”. A equipa resumiu que a impulsividade era uma área-chave que deveria ser abordada no tratamento de uma pessoa com problemas de jogo e obesidade.
Percebe como o jogo pode influenciar o teu peso
Para somar a todas estas conclusões, também um estudo de 2015, realizado por Algren MH, Ekholm O, Davidsen M, Larsen CV, Juel K investigou como a saúde e o peso dos jogadores problemáticos diferiam dos jogadores não problemáticos. Dessa forma, a equipa analisou os resultados do inquérito aos jogadores dinamarqueses e determinou que aqueles que experimentaram comportamentos problemáticos de jogo, durante o ano anterior, eram mais propensos a serem fumadores. Ainda, o consumo de álcool de alto risco e o uso de drogas ilegais também foram mais prováveis entre os jogadores problemáticos.
Com base na sua investigação, a equipa destacou a necessidade de iniciativas de vida saudável dirigidas especificamente aos jogadores problemáticos. Sendo este um pequeno resumo das conclusões retiradas por esses estudos:
| Jogadores sem vícios de Jogo | Jogadores com muita exposição ao Jogo |
|---|---|
| Menor risco de tomarem decisões precipitadas | Maior probabilidade de tomar decisões extremas |
| Maior facilidade em avaliar as decisões | Menor capacidade de avaliação de risco |
| Relação com as apostas e jogos de casino mais saudável | Maior risco de evoluir para um caso de excesso de peso ou obesidade |
| Perceção de gestão de banca e emocional | Decisões de jogo podem afetar o seu bem-estar |
Obesidade associada à tomada de decisões mais arriscadas
Na verdade, este estudo, embora não tenha como alvo específico o jogo, forneceu alguns dados interessantes que podem vincular ainda mais a obesidade ao jogo. A sua equipa categorizou 79 pessoas, de acordo com seu IMC e testou a sua tomada de decisão sob risco e ambiguidade. Usando a Tarefa da Roda da Fortuna (WoFT) para avaliar a tomada de decisões sob risco, os indivíduos obesos fizeram escolhas mais arriscadas. Portanto, o estudo concluiu que a obesidade aumentava a probabilidade de tomar decisões arriscadas. Embora isto tenha sido utilizado para explicar que as escolhas alimentares mais arriscadas estavam ligadas ao IMC, também tem claramente paralelo com comportamentos de jogo mais arriscados.
Tomada de decisão prejudicada presente em vários vícios
Ainda, o estudo mais recente “Comprometimento na tomada de decisões: uma vulnerabilidade partilhada na obesidade, nos transtornos do jogo e nos transtornos por uso de substâncias?”, foi publicado em setembro de 2016, por Mallorquí-Bagué N, Fagundo AB, Jimenez-Murcia S, de la Torre R, Baños RM, Botella C. Este estudo recente investigou como os vários vícios impactavam a tomada de decisões. Foram analisadas as decisões tomadas em transtornos por uso de substâncias, bem como em transtornos de jogo e obesidade, comparando-as com controles saudáveis. O estudo concluiu que a tomada de decisão prejudicada estava presente em todos os três vícios, em comparação com os controlos saudáveis.
“Dificuldades na tomada de decisão estão presentes nas amostras clínicas estudadas e apresentam diferenças individuais na aprendizagem da tarefa. Os resultados podem ajudar na compreensão dos mecanismos subjacentes da obstetrícia e dos comportamentos de dependência, bem como melhorar os tratamentos clínicos atuais.”, concluiu Mallorquí-Bagué.
Conclusão sobre a Relação Obesidade e Jogo
Com estes estudos revelados, ficou clara a ligação entre a atividade de jogo e a obesidade. Não só provaram que os jogadores têm maior probabilidade de serem obesos, mas também investigaram as razões para os dois vícios estarem ligados. As evidências de alguns estudos retiraram conclusões de que a impulsividade é um fator chave na associação. Outros indicaram que a tomada de decisão prejudicada é um elemento subjacente. O que está claro é que são necessários mais estudos para se examinar detalhadamente estas associações. Desta forma, uma melhor compreensão das associações clínicas e neurocognitivas entre jogos de azar e obesidade pode ajudar a melhorar os programas de tratamento para estas doenças.
Perguntas Frequentes (FAQ)
Fica a saber como é possível tirar conclusões baseadas em estudos sobre a obesidade e o vício do jogo. Estas são as respostas às perguntas mais vezes relacionadas acerca desse tema. Caso tenhas mais dúvidas, consulta os estudos mencionados ou contacta a nossa equipa para mais referências.
O que leva à maior obesidade pelo jogo?
Segundo os estudos, o problema de jogo está muito dependente às decisões pouco pensadas pelos jogadores.
Existe uma relação entre jogo e obesidade?
Os mais recentes estudos reveleram que o jogo poderá promover mais obesidade. Algo que deverá ser ainda mais estudado.
Como perceber se é viciado no jogo?
A conclusão retirada sobre a obesidade e jogo é que o mais importante é que tenha sempre uma relação saudável com o jogo. O objetivo é divertir-se.
Como contrariar essa relação estudada?
Apenas o conseugirá fazer se conseguir resolver o maior problema de obesidade e jogo: conseguir ter uma vida equilibrada, evitando extremos.
Existe forma de contrariar a obesidade e maior tempo de jogo?
Somente com uma maior consciencialização da obesidade e jogo, bem como dos diferentes riscos e uma contribuição dos próprios desenvolvedores para limites de tempo de jogo.
