Dados de vendas e impacto económico
Em 2024, as vendas de raspadinhas atingiram os 1.848 milhões de euros, representando 58,8% do total das receitas dos Jogos Santa Casa. Este valor reflete um crescimento marginal de 0,6% face ao ano anterior, mas consolida a posição dominante deste jogo no portefólio da instituição.
O total de vendas brutas dos jogos sociais superou os 3.142,9 milhões de euros, com o Estado a arrecadar 895,5 milhões de euros através de impostos e distribuição de resultados. Além disso, foram pagos 2.073,2 milhões de euros em prémios aos apostadores, estabelecendo um novo recorde.
Perfil dos jogadores e tendências
O perfil dos jogadores de raspadinhas em Portugal é diversificado, abrangendo várias faixas etárias e socioeconómicas. No entanto, estudos indicam uma maior incidência entre idosos e jovens adultos, grupos potencialmente mais vulneráveis aos riscos associados ao jogo.
A facilidade de acesso e a presença generalizada de pontos de venda contribuem para esta ampla adesão. É importante destacar que, embora os jogos sociais representem cerca de 15% do total do jogo em Portugal, a raspadinha corresponde a aproximadamente 7% desse total.
Estratégias futuras da Santa Casa
A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa tem delineado estratégias para modernizar e diversificar a oferta de jogos sociais. Entre as iniciativas, destaca-se a introdução de raspadinhas com componentes digitais, visando atrair novos públicos e adaptar-se às tendências tecnológicas.
Esta modalidade continua a não estar presente nos melhores casinos online portugueses, mantendo-se enquanto monopólio dos jogos sociais. Está também previsto o alargamento da rede de mediadores e a implementação de campanhas publicitárias integradas, com o objetivo de aumentar as receitas e promover práticas de jogo responsável.
Presença territorial das raspadinhas em Portugal
As raspadinhas encontram-se amplamente distribuídas por todo o território nacional, com uma forte presença em papelarias, quiosques e tabacarias, sobretudo em áreas urbanas e suburbanas. A capilaridade da rede de mediadores contribui diretamente para o seu sucesso comercial, permitindo um acesso imediato ao produto.
Contudo, a sua penetração é também notória em zonas economicamente mais frágeis, onde o jogo pode assumir um papel simbólico de “oportunidade”. Este facto levanta questões sobre o impacto económico e social da sua distribuição, sobretudo em regiões com menor literacia financeira e recursos limitados. Monitorizar este fenómeno é essencial para garantir um equilíbrio entre rentabilidade e responsabilidade social.
Validade das raspadinhas
Os prémios das raspadinhas têm uma data-limite para serem reclamados, geralmente de 90 dias a contar da data de cessação da emissão do jogo. É fundamental que os jogadores verifiquem as datas específicas associadas a cada jogo, disponíveis nos pontos de venda e no site oficial dos Jogos Santa Casa, para garantir que não perdem o direito aos prémios conquistados.
Jogo responsável e medidas preventivas
A crescente adesão às raspadinhas exige uma abordagem proativa na prevenção de comportamentos de risco. A rapidez do resultado e a natureza acessível deste jogo tornam-no mais suscetível a hábitos de consumo compulsivos. Penso que ainda existe espaço para melhorias na forma como estes produtos são comercializados.
A Santa Casa e entidades associadas têm implementado medidas de jogo responsável, incluindo campanhas de sensibilização e apoio especializado. Ainda assim, importa reforçar a literacia do jogador, destacando as probabilidades reais de ganho, limites de aposta e as datas de validade dos bilhetes.
Joga na raspadinha de forma responsável
O crescimento sustentado das raspadinhas em Portugal reflete a sua popularidade e o papel central que desempenham nas receitas dos Jogos Santa Casa. No entanto, é essencial equilibrar este sucesso com medidas que promovam o jogo responsável e minimizem os riscos de dependência. A modernização e diversificação da oferta, aliadas a mais e melhores campanhas de sensibilização são fundamentais.
Resumo
As raspadinhas consolidaram-se como o principal jogo social em Portugal, representando 58,8% das receitas dos Jogos Santa Casa em 2024. Com vendas de 1.848 milhões de euros, este jogo continua a crescer, impulsionado por estratégias de modernização e expansão digital. Apesar do sucesso, é crucial promover práticas de jogo responsável e estar atento às datas de validade dos prémios.
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