“Três grandes” voltam a dominar as tendências em Portugal
O histórico da competição tem sido marcado pelo domínio dos “Três Grandes”, e, na verdade, esta edição da Liga Betclic não deverá ser exceção. É importante recordar que, em toda a história do campeonato, apenas outros dois emblemas, para além deste grupo restrito, conseguiram levantar este tão ambicionado troféu.
Benfica
Os encarnados têm sido uma das equipas em maior evidência das últimas temporadas, não só pelos resultados obtidos, mas também pelas contratações realizadas. Apesar de nem sempre serem “palpites corretos”, é inegável o poderio no mercado relativamente aos demais competidores.
Agora, com mais uma temporada de Bruno Lage no comando técnico, um homem que conhece bem a casa, as águias preparam-se para ser novamente um dos candidatos ao título. Mesmo com as possíveis mudanças que possam existir no mercado de verão. O clube mais titulado nesta competição, com 38 títulos à data deste artigo, é certamente uma das equipas a acompanhar durante toda a temporada.
Sporting
A outra equipa da “Segunda Circular” também tem de ser considerada uma das candidatas ao título, sobretudo pelo grupo de jogadores que assemelharam nos últimos anos de Rúben Amorim e que Rui Borges herdou para trabalhar. Nomes como Geovanny Quenda, Viktor Gyokeres e Morten Hjulmand, são claramente acima do campeonato português e demonstram isso dentro do campo.
Os leões contam com um conjunto sólido que procura vencer todas as competições, no entanto, não existe maior privilégio que se sagrar campeão nacional, e os “verde e brancos” sabem bem disso, após um longo hiato sem títulos.
Porto
Tendo em conta os desempenhos das últimas temporadas, o Porto pode partir ligeiramente “atrás” relativamente aos seus eternos rivais. No entanto, um clube como o da cidade do Porto nunca pode ser descartado na luta de todos os títulos nacionais.
A equipa dos dragões está visivelmente em “reconstrução” e, nesta nova era diretiva, os desafios são muitos, sobretudo para garantir a confiança dos adeptos, o que transporta maior emoção para dentro do campo, como é expetável de uma equipa do Norte. Os dragões continuam a ser um “alvo a abater” e os reforços de verão certamente que trarão um novo semblante a este conjunto.
Braga procura continuar a “intrometer-se” na luta das competições nacionais
A equipa dos “Gverreiros do Minho” está a limitar o intervalo que sempre existiu entre os três grandes e as restantes equipas. Contudo, o mediatismo e o poderio económico existente está distante desses competidores, o que complica muito o seu trabalho. Os bracarenses continuam a recriar-se como equipa ao serviço de Carlos Carvalhal e do eterno capitão Ricardo Horta, no entanto, será muito difícil continuar a batalhar no topo da classificação, isto se o investimento não for condizente com as ambições.
Apesar de não serem competições fáceis de gerir, as suas prestações nas competições europeias têm ajudado a catapultar o clube para voos mais altos também a nível interno.
Possíveis surpresas e a luta pelos lugares europeus
Como referimos anteriormente, apenas dois emblemas conseguiram títulos nacionais na era moderna do futebol português, sendo estes dois clubes que estão longe de poder competir por tais ambições nos próximos anos.
No entanto, emblemas como o Vitória SC e o Santa Clara têm marcado presença nas competições europeias mais recentemente, deixando uma boa perspetiva futura para o possível crescimento do futebol nacional. Os vimaranenses, como um dos poucos emblemas que já conseguiu outros títulos nacionais, podem sempre ter uma palavra a dizer, contudo, tudo o que aconteça será mesmo uma “surpresa”.
O Santa Clara, um clube em franca expansão nacionalmente, pode beneficiar do maior apoio da região autonómica, algo que já foi evidente em décadas anteriores em emblemas como o Marítimo e o Nacional da Madeira. Os insulares têm realizado uma excelente aposta em talentos vindos das divisões inferiores e que procuram afirmação ao mais alto nível do futebol português.
História nacional deverá prevalecer
O máximo escalão do futebol português, como realmente o conhecemos, entra esta temporada na nonagésima segunda edição, sendo que teríamos de voltar há época 2000-2001 para encontrar o último vencedor que não tenha sido dos “Três Grandes”.
Apenas Boavista FC e Os Belenenses conseguiram quebrar a hegemonia dos três clubes, sendo que a época dos axadrezados é tida como uma das mais históricas do futebol nacional. Mesmo se tivermos em conta as equipas que conseguiram finalizar no top 3 desta competição, apenas sete outros nomes podem entrar na conversa, sendo o Vitória de Setúbal e o SC Braga, as duas equipas em destaque.
Este desfasamento existente não é único na Europa, sendo que nas melhores ligas do “velho continente” possuem dois, no máximo três clubes, que se destacam em termos de palmarés competitivo, o que demonstra a importância do contexto financeiro existente.
Mundial de Clubes irá trazer mais “peso” no calendário
As últimas temporadas do futebol mundial têm demonstrado a importância das apostas desportivas para o desenvolvimento da modalidade à escala global e tal facto é inegável. Tendo isso e outros fatores em conta, o desenvolvimento de um Mundial de Clubes mais apelativo que engloba as melhores equipas do mundo acabou por ser um passo natural.
Apesar de esta ser uma competição disputada na “off-season” para os clubes portugueses, a presença de Benfica e Porto neste torneio trará um acréscimo competitivo que será difícil gerir, sobretudo em plantéis que não estejam habituados a usar tanta profundidade. Este acaba por ser um fator importante também na futura luta pela Liga Betclic, sendo que o calendário mais preenchido trará uma nova gestão e um peso acrescido.
Estas condicionantes poderão implicar uma competição nacional mais acérrima, onde mais oportunidades para surpresas são previsíveis.
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